quinta-feira, 19 de março de 2009

LESTE DE ANGOLA - FÉRIAS EM SALAZAR

“LESTE DE ANGOLA” Memórias de um passado saudoso.
Prosseguindo na nossa rota (eu, e o José Soares), arrancámos para o 2º. dia de férias, em 24 de Novembro de 1972 – 6ª. feira.
“De Luanda, tínhamos como destino a cidade de Salazar agora, N´Dalatando, capital do Cuanza Norte. 
Logo ás primeiras horas da manhã, alugámos um táxi em direcção à saída de Luanda para o Dondo. Ficámos na estrada de Catete, num sítio que nos indicava a única saída para o nosso percurso. 
Pouco tempo depois, conseguimos uma boleia num “Peugeot 404” até ao Dondo, vila industrial e povoação conhecida pelas proximidades da maior barragem de Angola – Cambambe, fixada no rio Cuanza, o mesmo que desagua a poucos quilómetros a Sul de Luanda, Barra do Cuanza. 
Lembro-me que esta vila possuía um clima demasiado quente e húmido e, os cafés com esplanada , à beira estrada, ficavam sempre sobrelotados de camionistas a matar a sede com as célebres canecas de litro de cerveja. Eu próprio, me satisfiz com este refrescante pelas várias vezes que por ali passei. 
No Dondo, partiam duas estradas com direcções opostas. Uma, para Nova Lisboa outra, para Salazar.
De novo, tomámos outra boleia num “Olympia” e, pelo caminho, observámos plantações de algodão, cafeeiros, diversos macacos a cruzarem frequentemente a estrada, o curioso imbondeiro - árvore secular e de tronco afunilado – gigante, que mais parecia um candelabro… Subimos os morros de Salazar pelas curvas e contra curvas, palmilhando verdadeiras minas de precioso mármore. Estes morros são como mantos verdejantes que contornam toda a cidade. Nas suas matas e, à noite, os indígenas de raça quimbundo acendiam fogueiras para afastarem os leões que por ali ainda circundavam. Nos nossos voos de H. de Carvalho para Luanda e, vice-versa, sobrevoávamos estes morros porém, só eu reconhecia o terreno porque, percorri-o de comboio e de automóvel, por diversas vezes. 
Piscina de Salazar
Chegados a Salazar, hospedámo-nos na Pensão “Ultramar” onde pernoitámos, depois de termos contactado com uma correspondente minha, a qual nos ofereceu o seu carro para passeios pelos arredores. Continuámos nesta cidade pelo Sábado e Domingo, percorrendo os vários locais aprazíveis. Tínhamos um “Mazda 1 300” para desfrutarmos e, assim, fomos visitar um lugar paradisíaco chamado “Quilombo”, sítio muito frequentado para pic-nics. Entrámos em convívio com os familiares desta correspondente, fomos bem recebidos e, à noitinha fomos ao cinema. 
Nesta cidade, havia uma Residência intitulada “Turismo”, cujo proprietário era irmão dum Sargento que esteve connosco em H. Carvalho. Explorava também, uma Bomba de gasolina e, era muito conhecido nestas paragens. Tive o prazer de ter repousado nesta Residência porém, saiu-me caro!... 
Entretanto, o Zé estava a ficar aborrecido de permanecer muito tempo no mesmo local pois, quem mais aproveitava era eu. A correspondente era minha e, o namorisco era meu. O tempo para mim passava-se agradavelmente mas, o Soares não estava para esperas. Combinámos a partida para 27 – 2ª. feira e, será a partir desse dia que continuarei a minha narrativa por terras de Quibala, Stª. Comba, Alto Hama e Nova Lisboa.” De referir que a correspondente de Salazar foi a mulher com quem vi a casar. Uma Bracarense de gema… 
O Zé Soares, encontra-se no Rio de Janeiro a passar férias em casa dos tios. Tios esses, que nos recolheram em Luanda, no final da viagem, no Natal de 1972.

Até breve
O amigo Vítor Oliveira – Ocart 

quarta-feira, 4 de março de 2009

QUANDO O "ASA NEGRA" NOS QUIS TRAMAR !



Julgo que foi em 1971, nas comemorações do dia do Movimento Nacional Feminino.
Este movimento promoveu no Ringue de Henrique de Carvalho, um encontro de andebol e outro de futebol de salão, entre o AB4 e o Batalhão. 
Foi acontecimento domingueiro e estiveram presentes as chamadas "forças vivas". Até aqui tudo normal, só que alguém mais "letrado", da equipa de andebol, sugere: - pessoal, hoje vamos fazer algo diferente, vamos entrar em campo e no círculo central vamos fazer a saudação á assistência! (com punho fechado...não sei se "alguém" o sugeriu ?!) 
Assim foi, o jogo foi feito, o resultado não faço ideia qual foi, também nunca foi assim muito importante. O prémio de presença (cachet) foram praí meia dúzia de garrafas de Whisky oferta do MNF, que somadas a outras tantas da equipa de futebol de salão, foram ao fim da tarde destroçadas no Clube, julgo, que com mais algumas oferecidas pelo Simão "o girente" do nosso Clube. 
Escusado será dizer, que deste encontro no clube resultaram muitas "cabras", coisa normal naqueles tempos!!!!!
A semana seguinte na Base decorria normalmente, quando somos informados de que tinha chegado ao comando uma participação do ASA NEGRA contra a equipa de andebol, porque tínhamos feito no referido jogo, a saudação do "poder negro" ... se calhar até fizemos!
Esse grande "democrata", conforme se veio a verificar após o 25 de Abril, e de quem alguns sofreram na pele, incluindo pilotos, para não falar nos "desgraçados" do Batalhão, tinha acordado e pensado: ai os espertinhos da Base ! Vou tramá-los !
A coisa começa a ficar feia! Num primeiro inquérito realizado pelo nosso Comando, lógicamente ninguém se descose, ninguém sabe de nada, apesar de se começar a constar de que iríamos ser inquiridos pela DGS. Entretanto, e felizmente, outras "forças" vieram em nossa ajuda e o assunto acabou por ser arquivado.
Do resumo da contenda, sobraram para além das referidas "cabras", o susto, a solidariedade e a saborosa "vitória" ante o famoso, pelos piores motivos,  Asa Negra.
A.Neves, A.Braga e Simão "pastando as cabras" .


A. Neves

domingo, 1 de março de 2009

SIMÃO CABRAL EM HENRIQUE DE CARVALHO

Caros Camaradas de Armas! 
Este simpático (!!!!!) rapaz, para aqueles que já não se lembram, é o Simão Cabral. 
Eu mesmo!! 
Alguns de vós, já viram estas fotos, mas muitos ainda não! 
Não envio mais, pois muitos dos emails, não têm memória para as receber! 
Mas por estas duas, já podem ver como está o antigo AB4. 
Não chorem!! 

Um abração 
J. Simão Cabral
HC 24/9/2007