quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A FORÇA AÉREA EM ANGOLA - EXERCÍCIO HIMBA

Estava-se no mês de Abril de 1959.

Para marcar o regresso da Aviação Militar ao território de Angola, a Força Aérea levou a efeito o Exercício «Himba», que veio a despertar bastante entusiasmo não só pela dimensão como pela novidade do evento.
Foram num total de 14 os aviões que formaram a formidável caravana de meios aéreos, que foi deslocada da Metrópole para aquela Província e se compunha de 6 aviões «Skymaster», 2 aviões «Dakota» e 6 aviões «PV-2», que transportaram um total de 212 Militares da Força Aérea, desta maneira divididos: 52 Oficiais, 74 Sargentos e 86 Praças.
Durante o tempo em que esses aviões da FAP permaneceram em Angola, puderam proporcionar várias centenas de baptismos de voo, nas visitas que foram efectuadas aos aeródromos de Carmona, Santo António do Zaire, Cabinda, Malange, Henrique de Carvalho ou Lobito, tendo sido efectuadas exibições de largada de pára-quedistas nas cidades de Sá da Bandeira - a pioneira da Aviação Militar em Angola -, e em Nova Lisboa, cidade que veio a herdar as tradições Aeronáuticas de Sá da Bandeira e onde esteve sediado o grupo de Esquadrilhas do Huambo.

No Aeroporto Craveiro Lopes, em Luanda, realizou-se , no dia 27 de Abril de 1956, o principal festival aéreo deste Exercício, que foi preparado e dirigido superiormente pelo então Brigadeiro Piloto Aviador João Albuquerque de Freitas - que foi o 12º. Comandante da BA3 -, tendo como chefe do Estado-Maior o, ao tempo, Tenente-Coronel Piloto Aviador Ivo Ferreira e sob a presidência do Subsecretário de Estado de Aeronáutica, que se fez acompanhar por aquele que veio a ser Comandante da 2ª Região Aérea, o Coronel Tirocinado Piloto Aviador Fernando Pinto Resende.
O festival teve início cerca das 1oh30, com a largada espectacular de 80 Pára-quedistas que foram transportados em dois «C-54». Foi assaz curiosa a forma como a assistência se interessou pelos preparativos dos Pára-quedistas, desde o momento da colocação dos pára-quedas às costas, até à fixação e ajuste dos arnezes e a posterior deslocação, em formação, até os aviões. Após haverem saltado, os "Páras", formando grupos de dez elementos, trataram de recolher os pára-quedas e foram concentrar-se, após o que desfilaram perante uma multidão entusiasmada que encheu por completo uma vasta área do aeroporto.
Logo de seguida começou a demonstração aérea, desfilando uma formação de «PV-2», que efectuou uma sessão de bombardeamento real com projécteis «Napalm» (incendiários) numa zona escolhida nos limites da pista orientados a S/SO, onde se encontravam os alvos que simulavam casas, após o que foram largadas bombas explosivas de 40 kg, cujo efeito de sopro se fez sentir junto dos espectadores. Por último, eis que ganham altura para depois descerem em voo picado, efectuando várias rajadas de metralhadora sobre alvos fixos, que se encontravam dispostos no solo. 
Para coroar a sua exibição, a formação de «PV-2» reuniu-se numa forma geométrica e em voo razante, efectuou várias passagens ruidosas sobre a pista, perante o enorme júbilo da assistência. 

(Dados coligidos do livro "Presença da Força Aérea em Angola", do Cor. Edgar Cardoso)

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