sexta-feira, 1 de maio de 2015

A "ESPECIALIZAÇÃO"

Boeing 707 em Figo Maduro
Olhem como são as coisas, eu, sem curso de especialização, andava nos hélis, o Rosado "menino do avião", com o curso andava nos DOs e T6 isto é mesmo à FAP, ou, o “desenrascanso” à Zé português. 
Quando fui mobilizado para Angola, demorei cinco semanas a embarcar. Comecei a despedir-me da família, mais ou menos, a 25 de Outubro de 70 e só embarquei a 30 de Novembro de 70.Todas as semanas ia ao embarque, mas, como estava de reserva nunca embarcava, aquilo até já chateava. O que valia era, que vivia em Paço D’Arcos e era perto do Aeroporto.Cheguei a Luanda e era para substituir um MMA da BA9, como cheguei atrasado, ele já tinha sido substituído por um indivíduo, que ia para o AB4 mas acabou por ficar em Luanda.Então, estive 15 dias em Luanda, à espera que se decidissem se ficava ali, ou se ia para Henrique de  Carvalho. Lá se decidiram e em boa hora o fizeram, pois em Luanda tive princípio de paludismo e detestava o clima dali. 
BA9 Luanda

No AB4, em Novembro de 71, houve a possibilidade de ir para o Luso, juntamente com um sarg. MMA e um individuo do SG para tomar conta dos combustíveis. 
Em Dezembro, lá estávamos no Luso a ganhar ajudas de custo! 
Por ali andámos um mês, à espera que se decidissem se a FAP tomava conta dos combustíveis ou não, pois era um civil da Shell que o fazia, mas acabaram por desistir da ideia. 
Então, no Luso, o sargento ficou a tomar conta da linha da frente de DOs e T6, o rapaz do SG ficou por ali e acabou de ir para o bar, a mim queriam-me colocar nos Hélis. Foi uma guerra, que durou um mês, até chegar ao ponto de me dizerem, que seria punido e iria para a prisão. 
O meu argumento era, que não tinha curso de hélis e não percebia nada daquilo (fazia todo este “finca-pé”, por achar, que era muito perigoso andar nos hélis), mas acabei por aceitar, pois ali ganhava-se 180$00/dia. 
Hangar dos Al III no Luso
Então, estive 2 meses na manutenção dos hélis, ao fim desse tempo e lá muito a custo, convenceram-me para ir numa operação, por uma semana, pois o pessoal era pouco e estava sempre a calhar aos mesmos. 
Aquilo correu tão bem, que assim que cheguei ao Luso, fui ter com o Ten. Gaspar, chefe da manutenção, e dizer-lhe que estava voluntário para a próxima operação. Ele retorquiu: então andavas aí, que não querias vir para os helis e agora já te ofereces para as operações?! 
Bom, sei, que foram umas 4 ou 5 operações seguidas.
Em boa hora fui para o Luso pois gostei bastante do tempo que lá estive.
Tudo isto para dizer, que na FAP era assim como mencionei anteriormente, andava tudo trocado.
Com o heli canhão em N'Riquinha










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