sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

QUANDO "ANDEI" NA OTA

Após algumas viagens por Londres e Paris nos igualmente, saudosos e inesquecíveis anos de 70/71, onde muito aprendi sobre emigração, emigrantes e algumas filosofias politicas, e políticos filósofos, regresso a Portugal nos finais de 71, inícios de 72. 
Logo após o regresso, os amigos e ex-colegas de escola, muitos tal como eu, que ingressaram na Mocidade Portuguesa, ainda de calções, no ciclo preparatório (Escola Preparatória Manuel da Maia, em Campo de Ourique, perto dos Prazeres) e depois na escola secundária (Escola Comercial Veiga Beirão, no Largo do Carmo), dizia eu, precisava de acalmar os seus ânimos patrióticos, visto que eu não estava, por esta altura, a agir – A Bem da Nação.
Mas muito mais do que isso, para descansar a família que não estava pelos ajustes, de manter em casa um “folgado”, decidi que deveria mudar o rumo de vida, e apresentei a minha candidatura para a FAP, em Fevereiro/Março do auspicioso ano de 1972, na Rua Palmira ali para os lados da Almirante Reis.
Recrutas da 2ª. de 1972
Em Junho desse ano, iniciou-se a incorporação da 2ª. recruta de 72, onde me perfilei pronto a cumprir o meu dever. 
Em meados de Junho, lá estávamos nós em fila para o barbeiro, mesmo ao lado do bar, que vendia umas espectaculares sandes de pão escuro, que me mantiveram nutrido durante toda a recruta. 
Na 2ª. Secção da 2ª. Esquadrilha, iniciaram-se as hostilidades, Comandante da Secção – Alferes Afonso, coadjuvado pelo Cb/Mil. Franco (também ex-Veiga Beirão), e outro miliciano que esqueci o nome. Crosses até ao Bico do Pardal, marchas nocturnas, e formações na parada aí pelas 3 da manhã, de cuecas, pijamas ou o que se vestisse para a solenidade do momento.
Uma secção da 2ª. de 1972
E lá foram passando os dias, com cinema ao fim de semana, ou então a verdinha dispensa do toque de ordem, que garantia dois dias sem farda, e alguns momentos inolvidáveis com as namoradas, pois que, havia quem permutasse fins de semana com os amigos de outras localidades, uma vez em casa deles, na próxima em nossa casa, e foi assim que durante algum tempo pequei por adultério, relativamente às namoradas, não aos amigos.
No fim do verão, que foi quente, foram distribuídos os
impressos para a escolha da especialidade.
Um grande bem-haja ao companheiro Manuel da Costa, (Ex-aluno da referida Escola Comercial Veiga Beirão, e responsável pela secção de basquetebol da escola), também OPC, e mais tarde jornalista da RTP, que me encaminhou para a sua especialidade.
O juramento de bandeira chegou sem grandes incidentes, nem acidentes, no final de Setembro. Nesse dia alguns companheiros, não sei se pela emoção, ou por fadiga, caíram em plena cerimónia que se efectuava na placa mesmo em frente aos hangares do G.I.T.E., é claro, que a virilidade ostentada pelos superiores, não permitia o socorro urgente dos caídos, e só algum tempo depois se aproximavam os maqueiros para a evacuação dos mais débeis.
Juramento de Bandeira da 2ª. de 1972
Em Outubro do mesmo ano, o inicio da especialidade, após a semana de campo na serra de Montejunto. 
Foi nesta altura, no inicio da especialidade, que um suspeito VW carocha, começou a aparecer pontualmente às 8h da manhã parado em frente das camaratas. Só mais tarde, quando as porradas começaram a doer, é que ficou gravado o nome do nosso Comandante do G.I.T.E – Ten. Cor. Tomaz. (Anda cá aluno, não fujas que eu conheço-te!) Aqui, quero recordar alguns instrutores, tais como o famoso BT,(Tele-impressoras) e o Sarg. Silva (Morse). O carácter de ambos, apesar de não ser muito apreciado na altura, hoje em contrição e passados todos estes anos confirmo, o que nos diziam na altura: ou saem daqui uns falhados, ou serão homens de quem nos podemos orgulhar.
Alunos a caminho do GITE
Não sei se existirão muitos falhados, mas conheço alguns que, hoje e fazendo justiça às inestimáveis provações porque alguns de nós passamos, são efectivamente homens de sucesso. 
Durante a especialidade e em especial da turma onde fui colocado, quero recordar o chefe de turma o Nuno Marçal, amigo de Lisboa (minha cidade natal) e das grandes coboiadas nos fins de semana, tanto em Lisboa, como em outras cidades onde existiam amigos, especialmente nas Caldas, no Ferro Velho...em Peniche, na Foz do Arelho...Figueira...enfim. O sub-chefe Mendes, alentejano e ainda o Santos e Santos, algarvio de sol e mar. 
Assim, se inicia outro capítulo, final da especialidade e diplomas para os bem sucedidos. Alguns anseiam pela colocação longe da Ota, e perto de casa, outros como eu, ficamos como Monitores em salas de aula, por onde passámos os anteriores 11 (Onze) meses da especialidade. Calhou-me uma sala de maçaricada que acabava a recruta, e onde, por 2 meses observei as figurinhas que se faziam, e que por certo nós também as fizemos. 
Pois bem, por fim lá chega a minha colocação no C.C.I.V.M. (Centro de Controle e Informação de Voo Militar) na Portela, AB1 – Figo Maduro. 
Pouca história por aqui, a não ser que o pessoal do CCIVM, frequentava o 115, assim chamavam um restaurante que ficava aberto toda a noite, e onde se podia ver hospedeiras e tripulações das companhias que passavam por Lisboa.
Seguia-se...Angola !

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1 comentário:

  1. TAMBÉM FUI DESSA INCORPORAÇÃO E ESPECIALIDADE NA ALTURA MAEQ PASSOU DEPOIS PARA MARME NÃO ME RECORDO DA SECÇÃO

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