quinta-feira, 10 de maio de 2018

A ARMADA NO LESTE DE ANGOLA




Com a abertura da frente leste, em 1966, tornou-se necessário aproveitar os 
extensos rios para apoiar a manobra logística das forças e reforçar os meios de fiscalização junto às fronteiras. 
A partir desse ano, colocaram-se três lanchas nesta vasta área. A primeira, uma LDP, foi transferida, nos finais de 1966, de Santo António do Zaire, no Norte de Angola, para Lumbala, no rio Zambeze, no saliente do Cazombo, percorrendo 1300 km por caminho de ferro e 350 por estrada. 
Para o seu transporte a lancha foi cortada ao meio, sendo reconstituída no local de destino. Ainda nesta zona, enviou-se uma lancha de transporte para Caripande.
Em Maio de 1967, calhou a vez a outra LDP ser já transportada por estrada, de Luanda até ao Chiume, no rio Cuando, num percurso de 1800 km.
Em Maio de 1968, foi levada, por terra, a LDP 105, de Moçâmedes para o rio Cuíto, no Sudeste de Angola.
Entre o porto de Moçâmedes e Serpa Pinto, o transporte fez-se por via férrea, e daqui em diante, na distância de 220 km, em coluna militar especialmente organizada para esse fim.
A missão foi confiada a uma companhia de engenharia, que disponibilizou os homens e os meios necessários, entre os quais, tractor e plataforma adequados, máquina de terraplanagem, viatura basculante e motoniveladora. Entre pessoal do Exército e da Marinha, seguiram na coluna cerca de 30 homens.
Transporte da LPD 105
A marcha fez-se pela picada já existente, tendo demorado três dias e duas noites, e a passagem da plataforma carregada com a lancha obrigou ao reforço de seis pontes de madeira, com especial destaque para a do rio Cuatiri. A velocidade média da progressão da coluna cifrou-se, no final, em quatro km/h, o que dá ideia das dificuldades e dos obstáculos que foi necessário vencer. Ainda assim, não ocorreu qualquer contacto com guerrilheiros, apesar das expectativas criadas com a invulgar coluna de transporte.
Após a chegada ao Cuíto Cuanavale, a lancha foi posta a flutuar no rio Cuíto, guarnecida por pessoal de Marinha, constituindo um destacamento avançado da companhia de fuzileiros que, depois, ficou sedeada em Vila Nova da Armada, junto ao mesmo rio.
Vila Nova da Armada

  


2 comentários:

  1. Para que passou por África servindo em qualquer ramo das forças armadas seja em sofrimento das agruras passadas ( Estar longe da Família era a Saudade maior). Saúde a todos os Ex-Combatentes

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  2. Não fui fuzileiro, mas vivia no Posto do Rito. Esta foto foi tirada por mim nos longínquo ano de 1971.

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